O JUDAISMO NAZARENO
O JUDAISMO NAZARENO
O JUDAISMO NAZARENO
O que se segue aqui é um estudo sobre o cristianismo primitivo, pois não achem que eu sou o dono da verdade, pois se trata de fatos históricos e documentados, são informações que os lideres religiosos não contaram e que nem um pastor de qualquer religião também vai contar, no estudo está as fontes dos livros que voces podem comprovar a veracidade dos fatos.
Conspiração de Inacio
Os primeiros discípulos de Yeshu eram conhecidos como netsarim (nazarenos), e que tempos depois os gentios crentes passaram a ser chamados de cristãos. Afirmou-se ainda que nazarenos e cristãos viviam em conjunto e eram praticantes do Judaísmo, até que houve um momento na história em que ocorreu uma divisão. Esta ruptura decorreu da apostasia que ingressou no meio cristão.
Consoante os relatos do historiador Flávio Josefo, Roma assassinou muitos hebreus durante os anos de 66 a 73 D.C, totalizando 600 mil israelitas, e durante os anos de 132 a 135 D.C foram dizimadas cerca de 850 mil pessoas. Somando-se tais números, constata-se que em um curto período histórico houve o extermínio de aproximadamente um milhão e quinhentos mil hebreus. Muitos deles eram nazarenos, o que leva à conclusão de que sobraram poucos israelitas seguidores do Messias Yeshu.
Por outro lado, houve um grande crescimento do número de cristãos. Assim, a tendência natural se consumou: o grupo maior dos cristãos prevaleceu sobre o grupo menor dos nazarenos. Confira-se o relato de Abraham Cohen:
“Durante algum tempo, a Comunidade cristã era formada de duas seções divergentes: a dos Nazarenos ou judeus Cristãos... e a de cristãos gentios... É claro que um tal estado de coisas não podia durar, e era, somente, uma questão de tempo, antes que uma das seções viesse a predominar e expulsar a outra. Foi exatamente isso que sucedeu. O acontecimento crítico que resolveu a questão foi a destruição do templo e do estado no ano 70... A partir desse momento, os Nazarenos começaram a diminuir em número, enfraquecendo-se, pouco a pouco, a sua influência, até se tornar nula.”
(Dois Caminhos, Edições Biblos Ltda, Rio de janeiro, 1964, página 102).
Haja vista que muitos cristãos eram originários de religiões pagãs, a apostasia infiltrou-se rapidamente nas congregações cristãs. Esta apostasia já havia sido prevista nas Escrituras. Senão vejamos.
Yeshu advertiu acerca da apostasia que viria por meio de falsos messias e falsos profetas:
“E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
E, por se multiplicar a apostasia, o amor de muitos esfriará.
Porque surgirão falsos messias e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.”
(Matthai 24:11- 12, 24).
O que é um falso profeta? Ora, se a Torah (Lei) é a verdade (Sl 119:142), consequentemente, qualquer ensino contra a Torá é mentiroso. Falso profeta é aquele que ensina doutrinas contrárias à Torah (Lei), isto é, todos aqueles que “distorcem as palavras do Elohim vivo” (Jr 23:36), visto que o ETERNO ordenou que ninguém poderia acrescentar ou retirar nada de sua Torah (Dt 13:1, ou 12:32, nas versões cristãs). Se Yeshu disse que não veio para abolir a Torah (Mt 5:17), logo, quem prega a anulação da Lei é considerado um falso profeta. Prezado leitor, guarde este conceito de falso profeta, porque mais adiante ele será essencial para se compreender quando, na história, se manifestaram os primeiros falsos profetas entre os discípulos de Yeshu.
Não demoraria muito tempo para que os lobos aparecessem. Já no primeiro século a perdição se iniciaria.
Shaul (Paulo) previu profeticamente que, logo após a sua morte, a apostasia iria se propagar:
“Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho;
E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.”
(Ma’assei Sh’lichim/Atos 20:29-30).
Advertiu Shaul (Paulo) que os discípulos deveriam ficar atentos quanto à manifestação da apostasia:
“Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Yeshu Meshicha, e pela nossa reunião com ele,
Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia do Meshicha [Messias] estivesse já perto.
Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição.”
(Tessalonicenses 2:1-3)
Ora, pecado significa transgressão aos mandamentos da Torah (Yochanan Álef/1ª João 3:4, em aramaico). Assim, o homem do pecado, mencionado por Shaul (Paulo), é aquele traz ensinamentos contra a Torá do ETERNO, levando as pessoas à apostasia. Estes ensinos têm origem maligna:
“Mas a Ruach (Espírito) expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;
Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência.”
(Timoteus Álef/1ª Timóteo 4:1-2).
Não só Shaul (Paulo), mas também Kepha (Pedro) advertiu os discípulos contra a iminente apostasia que seria inaugurada:
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.”
(Kefá Beit/2ª Pedro 2:1-20).
Volta-se ao ponto inicial: se a Torá é a verdade (Sl 119:142), quem blasfema do caminho da verdade é aquele que prega contra a Torá. Esta é a mensagem deixada por Kepha (Pedro), qual seja, que os discípulos de Yeshu deveriam tomar cuidado com os falsos doutores, que são aqueles que blasfemam contra o caminho da verdade (a Torah).
Yochanan (João) fala expressamente que os antimessias (anticristos) já estavam atuando no meio dos discípulos. Muitas pessoas esperam que o Anticristo se manifeste, porém, Yochanan (João) foi contundente ao advertir que havia não só um, mas vários anticristos atuando no meio da comunidade dos fiéis a Yeshu:
“Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.
Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos, porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.”
(Yochanan Álef/1ª João 2:18 e 19).
Verifique que os antimessias (anticristos) saíram do meio dos próprios discípulos. E quando isto ocorreu na história? É o que se examinará a seguir.
INÁCIO DE ANTIOQUIA: O BALUARTE DAS HERESIAS
Foi dito que Shaul profetizou que após a sua morte seriam levantados lobos cruéis que atrairiam os discípulos para si (Ma’assei Sh’lichim/Atos 20:29-30). Shaul (Paulo) morreu no ano de 66 D.C e o primeiro ancião (“bispo”) de Antioquia após a sua morte foi Inácio, em 98 D.C. Este bispo (o “Santo” Inácio dos católicos) cumpriu as profecias de Shaul (Paulo), uma vez que escreveu uma série de cartas introduzindo várias heresias no meio dos seguidores de Yeshu.
Hegesippus, historiador nazareno (180 D.C), escreveu o que ocorreu imediatamente após a morte de Shimon (Simeão), que sucedeu Yaakov HaTsadik (Tiago, o Justo) na liderança da comunidade dos nazarenos, e que morreu no ano de 98 D.C:
“... efetivamente, até aquelas datas a comunidade permanecia virgem, pura e incorrupta, como se até esse momento os que se propunham corromper a sã regra da pregação do Salvador, se é que existiam, ocultavam-se em escuras trevas.
Mas quando o coro sagrado dos apóstolos alcançou de diferentes maneiras o final da vida e desapareceu aquela geração dos que foram dignos de escutar com seus próprios ouvidos a divina Sabedoria, então teve início a confabulação do erro ímpio por meio do engano de mestres de falsa doutrina, os quais, não restando nenhum apóstolo, daí em diante já a descoberto, tentaram opor à pregação da verdade a pregação da falsamente chamada gnosis.”
(Hegesippus, o Nazareno, citado por Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica, Livro III, capítulo XXXII).
Fica claro o que ocorreu em termos históricos. Até o final da vida dos emissários (apóstolos), a comunidade dos discípulos de Yeshu era “pura e incorrupta”. Porém, após a morte dos emissários, surgiram os falsos mestres que semearam falsas doutrinas, tal como predito por Shaul (Paulo). Como mencionado, o líder dos netsarim (nazarenos) Shimon faleceu no ano de 98 D.C, e é justamente neste ano que entra em cena Inácio de Antioquia para introduzir várias heresias. Em outras palavras, Hegesippus afirma claramente que a apostasia teve início no mesmo ano em que Inácio se torna o Bispo de Antioquia.
Antes de Inácio, todas as decisões relativas aos netsarim (nazarenos) eram adotadas por meio de concílios em Yerushalém (vide, por exemplo, At 14:27 a 15:31). Após assumir o cargo em Antioquia, Inácio usurpa a autoridade dos discípulos que viviam em Yerushalém e declara a si mesmo como autoridade final para decidir as questões da fé, dizendo também que os bispos de cada local teriam a mesma autoridade:
“... sujeitem-se a seus Bispos... e vocês estarão agindo de acordo com a vontade de Deus.
Yeshu foi enviado pela vontade do Pai; da mesma maneira, os bispos são enviados pela vontade de Yeshu.”
(Epístola aos Efésios 1: 9, 11).
“... obedeça a seu Bispo.”
(Epístola aos Magnésios 1:7)
“Portanto, é vosso dever reverenciar os vossos superiores.”
(Epístola aos Magnésios 3:3).
“Seu Bispo está presidindo no lugar de Deus... esteja em união com seu Bispo.”
(Epístola aos Magnésios 2: 5, 7).
“ele... não deve fazer nada sem o Bispo...para não ficar impuro em sua consciência.”
(Epístola aos Trálios 2:5)
“Não faça nada sem o Bispo.”
(Epístola aos Filipenses 2:14)
“Todos vocês devem seguir seu Bispo, tal como Yeshu Cristo seguiu o Pai.”
(Esmirna 3:1)
Contrariando as Escrituras, Inácio de Antioquia criou um sistema religioso em que o Bispo é um ser superior e os fiéis lhe são subordinados. Disse Inácio que “o Bispo está no lugar de Deus”, ou seja, tornou-se o representante do ETERNO na terra, razão pela qual todos deveriam obedecê-lo cegamente, sem nenhum tipo de questionamento. Este modelo primou pela centralização de poderes em suas mãos e iria culminar, mais tarde, com a instituição oficial da Igreja Católica e o Papa como Chefe Supremo da Igreja, denominado Vicarius Filii Dei (“o Substituto do Filho de Deus”). Este pensamento também foi adotado pelo protestantismo, visto que o Pastor é considerado “ungido do Senhor”, pessoa superior aos membros da Igreja, devendo estes obedecer ao Pastor sem questionar suas ordens, ainda que sejam absurdas.
Quando se lê Ma’assei Sh’lichim (Atos dos Apóstolos), aprende-se que as decisões dos netsarim (nazarenos) eram tomadas democraticamente (At 1:21-26, 6:5-6, 15:25). Não havia um líder que impusesse unilateralmente sua vontade, mas sim líderes que decidiam em conjunto em Yerushalém, a santa Cidade do ETERNO. Por conseguinte, o modelo instituído por Inácio (concentração de poder na mão de um homem) é totalmente antibíblico.
Inácio terminou por usurpar a autoridade dos netsarim (nazarenos) e obteve o poder perante os gentios cristãos, estimulando que outros bispos gentios (supervisores) também o fizessem. Assim, a rebelião de Inácio estabeleceu uma divisão entre os netsarim (nazarenos) e os cristãos.
Atualmente, muitos pastores evangélicos, movidos por ganância e rebeldia, criam uma cisão em suas Igrejas e levam parte dos crentes para uma nova denominação por eles instituída. Foi exatamente isto que fez Inácio: promoveu uma rebelião e atraiu para si os gentios, determinando que se afastassem dos judeus – os descendentes imediatos dos “apóstolos” (emissários).
Explicou-se acima que os emissários (“apóstolos”) falaram expressamente dos falsos profetas, que seriam aqueles que ensinariam contra a Torá do ETERNO. Pois bem, Inácio foi um falso profeta, visto que prescreveu que a Torá (“Lei”) foi abolida:
“Mas se alguém pregar a Lei Judaica [a Torá] a vocês, não lhe deem ouvidos...”
(Carta de Inácio aos Filipenses 2:6)
“Não sejam enganados por doutrinas estranhas; nem por fábulas antigas sem valor. Pois se continuarmos a viver conforme a Lei Judaica [a Torah], estamos confessando que não recebemos a graça...”
(Carta de Inácio aos Magnésios 3:1)
Outra grande heresia foi engendrada por Inácio: a substituição do shabat (sábado) pelo domingo.
Consoante as Escrituras, o shabat (sábado) foi instituído desde a criação (Gn 2:1-3) e é o quarto dos Dez Mandamentos (Ex 20:8-11 e Dt 5:12-15), sendo escrito pelo dedo do ETERNO (Ex 31:18 e 32:16). O shabat é sinal da aliança entre o ETERNO e seu povo (Ex 31:15-17 e Ez 20:12), sendo certo que o gentio deve observar o shabat (Ex 20:8-11 e Is 56:3-7). Yeshu guardava o shabat como era de seu costume (Lc 4:14-16; Mc 6:1-2; Lc 6:6 e Lc 13:10). Do mesmo modo, os discípulos de Yeshu e os emissários (apóstolos) cumpriam o mandamento do shabat, mesmo após a morte de Yeshu (At 13:14, 43-44; 16:13; 17:2).
Afastando-se das Escrituras, Inácio substituiu o sábado pelo domingo:
“...não mais observem os sábados, mas observem o dia do Senhor [o domingo], no qual também a nossa vida floresce Nele, através da Sua morte...”
(Carta de Inácio aos Magnésios 3:3).
“Portanto, não precisamos mais manter o sábado, como fazem os judeus...”
(Carta de Inácio aos Magnésios 4:9).
“Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte. Alguns negam isso, mas é por meio desse mistério que recebemos a fé e no qual perseveramos para ser discípulos de Yeshu Khristo, nosso único Mestre.”
(Carta aos Magnésios 9:1).
Vejam a jogada macabra de Inácio. Primeiramente, usurpa a autoridade dos netsarim (nazarenos), que eram os discípulos diretos dos emissários (“apóstolos”). Depois, afirma que os fiéis deveriam obedecer aos respectivos Bispos locais, sendo que ele próprio era o Bispo de Antioquia. Em seguida, decreta que a Torah (“Lei”) dada pelo ETERNO foi anulada; agora, os homens não deveriam mais obedecer à Lei do ETERNO, mas sim aos mandamentos do Bispo. Em sequência, Inácio aniquila o shabat e o substitui pelo domingo. O que mais faltava?
O golpe fatal de “Santo” Inácio foi a criação de uma nova religião, distinta do Judaísmo dos Netsarim (Nazarenos), que passara a se chamar “Cristianismo”. Surge, então, pela primeira vez a expressão “Cristianismo” para designar esta nova religião:
“Vamos, portanto, aprender a viver conforme as regras do Cristianismo, pois quem quer que seja chamado por qualquer outro nome além desse, esse não é de Deus...”.
“É absurdo nomear Yeshu Khristo e judaizar. Pois a religião cristã não abraçou a judaica. Mas a judaica abraçou a cristã...”
(Carta de Inácio aos Magnésios 3:8,11)
“Permanecei em Khristo e o estranho não obterá o domínio sobre vós. É absurdo professar Yeshu Khristo com a língua e cultivar na mente o Judaísmo, que agora chegou ao fim. Onde está o Cristianismo não pode estar o Judaísmo...”
(Carta de Inácio aos Magnésios 4:10)
Já se ressaltou que Yeshu não criou uma nova religião, mas tão somente ensinou o Judaísmo à luz das Escrituras. De modo totalmente contrário às lições do Messias, Inácio de Antioquia instituiu uma nova religião, o Cristianismo, e colocou de lado a fé original de Yeshu e seus primeiros talmidim (discípulos). Estava aberto o caminho para a fundação do Catolicismo Romano. Eis as palavras de Inácio:
“Onde está Khristo Yeshu, está a Igreja Católica.”
(Epístola aos Esmirniotas 8:2).
“Roma preside a Igreja na caridade.”
(Carta aos Romanos, Prólogo).
Resumem-se os principais ensinamentos antibíblicos de Inácio de Antioquia nos seguintes tópicos:
1) Concentração do poder nas mãos de um só homem, o que posteriormente veio a abalizar o poder do Papa. Hoje, o Cristianismo ainda permanece com esta ditadura eclesiástica, inclusive no meio evangélico, em que as ordens do Pastor devem ser obedecidas cegamente. Em muitos meios judaico-messiânicos, o rabino ou o rosh também estão estabelecendo “ditaduras” em suas sinagogas, já que as decisões não passam pelo voto democrático dos membros ou de um colegiado (Beit Din).
2) Decretação de que a Torá (“Lei”) do ETERNO foi abolida. É lastimável que a maioria dos cristãos acredite que a “Lei” acabou. Por outro lado, não menos lastimável é o fato de que muitos líderes judaico-messiânicos, influenciados pelas deturpações rabínicas, afirmam incorretamente que a Torá vigora apenas para os judeus, sendo facultativa aos gentios, que devem observar apenas as sete leis noéticas. Em verdade, o ETERNO não faz acepção de pessoas, donde se conclui que a Torá se aplica integralmente aos judeus e aos gentios (Ex 20:8-11; Ex 12:49; Nm 9:14, 15:15-16; Lv 16:29, 24:22; Rm 11 e Ef 2). Devem os gentios começar a cumprir regras mínimas, tal como preconizado em Atos 15, porém, a cada shabat devem aprender mais mandamentos contidos na Torah (At 15:19-21).
3) Substituição ilegal do shabat (sábado) pelo domingo. Sobre esta questão, leia o capítulo III desta obra.
4) Criação de uma nova religião, o Cristianismo, no lugar do Judaísmo ensinado por Yeshu e vivenciado por seus discípulos.
Assim, já no final do primeiro século e início do segundo, Inácio de Antioquia cumpriu a profecia de Shaul (Paulo) acerca da apostasia que se instalaria. O Cristianismo, nova religião criada com alicerces antibíblicos, iria avançar e substituir o Judaísmo pregado por Yeshu e praticado por seus primeiros discípulos.
MARCIÃO: AS HERESIAS CONTINUAM
Após a rebelião de Inácio, a expansão do Cristianismo contou com outro nocivo ingrediente implementado por Marcião de Sínope (85 a 160 D.C), um influente bispo do Cristianismo primitivo.
Enquanto os netsarim (nazarenos) usavam o Tanach (Primeiras Escrituras) e os Ketuvim Netsarim (Escritos Nazarenos), considerando todas as Escrituras como uma unidade e sem a existência de hierarquia de uma sobre a outra, Marcião foi o primeiro a inventar os termos “Velho Testamento” e “Novo Testamento”, expressões estas que não existem na Bíblia.
Marcião cria na existência de dois deuses distintos, ensinando que o “Velho Testamento” revelou um deus mal, que seria o deus dos judeus; e no “Novo Testamento” se manifestou um deus bom. Em sua mente gnóstica, o deus de Yeshu [Jesus] seria diferente do deus dos judeus. O pensador pagão preconizou um sistema dualista para explicar as “contradições” entre o “Velho” e o “Novo Testamento”. Para justificar a existência de dois deuses, Marcião interpretou as Escrituras de maneira totalmente incorreta. Vejamos alguns exemplos:
a) Disse Marcião que o deus mal dos judeus ensinou “olho por olho”, enquanto o deus bom de Yeshu ensinou o amor. Este conceito é errôneo, visto que “olho por olho” não significa literalmente arrancar o olho de uma pessoa, mas sim o dever de indenizar um dano causado a outrem em valor proporcional à ofensa. Ademais, no Tanach (Primeiras Escrituras/“Antigo Testamento”), o ETERNO ordenou o amor ao próximo: “amem seu vizinho como a si mesmos” e “amem-no como a si mesmos” (Vayikrá/Levítico 19:18 e 34). Logo, o amor de Yahveh não surgiu com Yeshu. Yahveh sempre foi amoroso.
2) Alegou Marcião que o deus do “Velho Testamento” incentivava o divórcio e o adultério, e o deus do “Novo Testamento” os proibiu. Outro equívoco de Marcião. Yeshu lecionou que o divórcio foi dado pela dureza dos corações humanos (Matityahu/Mateus 19:8), e a própria Torá diz que o homem se unirá à sua mulher (palavra no singular, ou seja, apenas uma mulher) e ambos serão uma só carne (Bereshit/Gênesis 2:24). Devarim/Deuteronômio igualmente afirma que não deveriam ser multiplicadas as esposas (Dt 17:17). Em suma, a Torah nunca estimulou o divórcio e sempre abominou o adultério.
3) Sustentou que o deus do “Velho Testamento” não era onisciente, porque perguntou para Adam (Adão): “onde você está?” (Gn 3:9). Esqueceu-se Marcião que Yahveh é tão misericordioso que fez esta pergunta para possibilitar que Adam (Adão) e sua mulher se arrependessem de seus pecados, confessando-os.
4) O deus do “Velho Testamento”, prossegue Marcião, é um deus de vingança, crueldade e ódio; e o deus de Yeshu é bondoso e amoroso. Não percebeu Marcião que Yahveh não muda e sempre externou seu amor e sua justiça para com todos os homens. Em hebraico, a palavra “chessed” (graça) aparece mais de 240 vezes no Tanach (Primeiras Escrituras) e o próprio perdão liberado pelo ETERNO ao povo de Israel, após o episódio idólatra do bezerro de ouro, demonstra o seu grande amor. Por outro lado, no “Novo Testamento”, Hananyah (Ananias) e Shapirá (Safira) foram exterminados pelo ETERNO (At 5:1-11), o que demonstra que mesmo após Yeshu a justiça de Yahveh continua a operar. Em suma, em todas as época da história o ETERNO agiu com justiça e com misericórdia, aplicando uma ou outra de acordo com sua infinita sabedoria.
5) Na visão do Marcionismo, Yeshu foi enviado pelo Deus Pai (o deus bom) para superar o deus mal. Este conceito é tão absurdo que dispensa maiores comentários.
6) Explicava Marcião que o deus do “Antigo Testamento” criou o mundo material para alastrar o mal, tornando-se a divindade dos judeus. Este deus perverso outorgou a Lei (Torá) com o objetivo de promover uma justiça legalista que punisse severamente os homens por seus pecados com sofrimento e morte. O deus de Yeshu derrubou a Lei, olhando a humanidade com compaixão e piedade. Outra grande heresia de Marcião! Yeshu afirmou que não veio revogar a Torá/Lei (Mt 5:17) e Shaul considerou a Torah santa, justa e boa (Rm 7:12), chegando a dizer: “Segue-se então que abolimos a Torah (Lei) por meio da fé? De maneira nenhuma! Ao contrário, confirmamos a Torah” (Rm 3:31). No capítulo II deste livro, apresentar-se-á estudo detalhado sobre este tema.
7) Para distinguir a obra do deus amoroso em relação ao deus cruel, Marcião dividiu as Escrituras em “Velho Testamento” e “Novo Testamento”. Ora, quem lê a Bíblia em hebraico sabe que não existe a palavra “testamento”. A bem da verdade, o profeta Yirmeyah (Jeremias) usa a expressão “B’rit Chadashá”, que significa Aliança Renovada (ou “Nova Aliança”) – Jr 31:30-33 (versões cristãs: Jr:31:31-34). Com base nestes textos do profeta referido, deduz-se que Yeshu veio para escrever a Torah no coração de seus discípulos. Assim, o correto é usar a nomenclatura judaica: 1) Tanach (Primeiras Escrituras, isto é, aquelas anteriores a Yeshu) e 2) B’rit Chadashá (Aliança Renovada ou “Nova Aliança”) ou, como preferem alguns, Ketuvim Netsarim (Escritos dos Nazarenos), que são os escritos posteriores a Yeshu. Daí, Tanach e B’rit Chadashá (Ketuvim Netsarim) formam em conjunto o que conhecemos como Bíblia, inexistindo superioridade de um sobre o outro.
8) Seguindo a linha de Inácio de Antioquia, Marcião afirmou que o Cristianismo era distinto e oposto ao Judaísmo.
Marcião atraiu um grande número de seguidores e, após ser excomungado da Igreja de Roma, erigiu uma comunidade independente. A Igreja de Marcião se expandiu com extrema força, alcançando multidão de pessoas, valendo destacar que seu movimento perdurou por muitos séculos. Numerosos gentios se agarraram a Marcião, fugindo do “deus mal” dos judeus, o Criador dos céus e da terra para a crueldade. O ódio pelos israelitas, incluindo-se os nazarenos, ganhou um novo propulsor.
Policarpo, que foi discípulo de Yochanan (João), chamou Marcião de “primogênito de Satanás”. Lamentavelmente, o Cristianismo adotou inúmeras heresias do bispo gnóstico. Ademais, a teologia cristã lançou as sementes do Marcionismo e colheu heresias ainda maiores. Até hoje o Cristianismo, em sua quase totalidade, ensina as teses antibíblicas iniciadas por Marcião:
a) “a Lei foi abolida por Khristo”;
b) “a Igreja substitui Israel nos planos de Deus”;
c) “existe uma separação entre ‘Velho’ e ‘Novo Testamento’”.
Milhares de pastores no mundo inteiro, discípulos indiretos do gnosticismo de Marcião, ensinam para os membros de suas Igrejas: “vocês não precisam cumprir isto ou aquilo, porque são mandamentos do ‘Velho Testamento’”. Estes mesmos pastores cobram os dízimos, instituídos pelo “Antigo Testamento”. Que perversão!!! Para lucrar com os dízimos, o “Velho Testamento” é válido, mas para cumprir a vontade do ETERNO, pregam os pastores: “o Velho Testamento está ultrapassado, anulado, abolido”.
A verdade precisa vir à tona: todas as Escrituras Sagradas (antes e depois de Yeshu) formam a Unificada e Eterna Palavra do vivo Elohim. Não existe “Velho” e “Novo Testamento”, mas sim Tanach (Primeiras Escrituras) e B’rit Chadashá (ou Ketuvim Netsarim), que são os escritos dos discípulos de Yeshu. A Palavra do ETERNO nunca fica “velha”, razão pela qual é impróprio o nome “Velho” ou “Antigo Testamento”. Tendo em vista todas as explicações bosquejadas, a partir de agora não usaremos mais as expressões pagãs criadas por Marcião, substituindo-as pelos nomes corretos: Tanach e B’rit Chadashá (ou Ketuvim Netsarim/Escritos Nazarenos).
No seio do Cristianismo, existe uma doutrina maligna que foi influenciada direta ou indiretamente pelo Marcionismo: a Teologia da Substituição.
Defende a Teologia da Substituição a tese de que no “Novo Testamento” os cristãos substituíram os israelitas nas promessas feitas pelo ETERNO. Afirma que os judeus negaram Yeshu e, por isso, foram rejeitados por Yahveh, que elegeu a Igreja para ocupar o lugar que antes pertencia ao povo de Israel. Esta teologia ensina: 1) que o “Novo Testamento” substituiu o “Velho Testamento”; 2) a Igreja substituiu Israel e 3) a graça substituiu a Lei; 4) o Cristianismo substituiu o Judaísmo.
Há diferentes modalidades da teologia da substituição, chamadas por R. Kendall Soulen de supersessionismo. Este pode ser: punitivo, econômico ou estrutural (The God of Israel and Christian Theology, Minneapolis,1996, Fortress).
1) Supersessionismo Punitivo. Proclama que os judeus rejeitaram Yeshu como Messias e, em decorrência, foram punidos pelo ETERNO, perdendo todas as promessas que lhe foram feitas no Tanach (Primeiras Escrituras). Alguns defensores deste supersessionismo: Hipólito de Roma, Orígenes de Alexandria e Martinho Lutero.
2) Supersessionismo Econômico (obs: não se refere a dinheiro, mas à função). Assevera que o povo de Israel foi substituído pela Igreja nos planos de Yahveh. Em outras palavras, Israel foi escolhido pelo ETERNO apenas para trazer Yeshu ao mundo. Com a vinda do Messias, instituiu-se a Igreja e Israel perdeu a finalidade. Alguns defensores deste supersessionismo: Justino Mártir e Agostinho.
3) Supersessionismo Estrutural. Promove a marginalização do “Antigo Testamento” (AT) como norma para a vida cristã, isto é, não nega o AT, mas o desvaloriza, tornando-o inferior ao “Novo Testamento” (NT). O AT é válido, porém o que realmente importa é o NT. As regras do AT são vistas como de pouca relevância.
Além destes três tipos de supersessionismo apresentados por Kendall Soulen, o teólogo David Novak apresenta os conceitos de “supersessionismo fraco” e “supersessionismo forte” (Two Faiths, One Covenant?: Jewish and Christian Identity in the Presence of the Other: The Covenant in Rabbinic Thought, Rowman & Littlefield, 2004. Eis seus conceitos:
1) Supersessionismo fraco. A Nova Aliança, instituída pelo Novo Testamento, é entendida como uma adição à Aliança anterior (a religião dos judeus, ou seja, o Judaísmo). Assim, o ETERNO não revogou a Aliança com o povo de Israel, mas os gentios não precisam da Primeira Aliança, bastando se conectar com Yeshu. Este supersessionismo é chamado de “fraco” porque é sutil, mas mesmo assim possui um verniz antibíblico. Qual o erro desta teoria? O supersessionismo fraco leciona que o gentio somente precisa buscar a conexão com Yeshu, desligando-se da Torah (Primeira Aliança), o que contraria os próprios ensinos do Messias, uma vez que todos eles estavam fundamentados na Torah (Mt 5:17-19).
2) Supersessionismo forte. A Nova Aliança é uma substituição da Aliança Mosaica. Tanto o supersessionismo forte quanto o fraco estão errados. Biblicamente, a Aliança Renovada (“Nova Aliança”) é uma extensão (no sentido de prorrogação) da Aliança Mosaica.
Outra maligna herança do Marcionismo foi o Antinomismo, expressão que literalmente significa “contra a Lei”. De acordo com Merriam-Webster Dictionary, o antinomianismo é definido como “uma declaração de que, sob a dispensação do evangelho da graça, a lei moral é de nenhum uso ou obrigação, porque somente a fé é necessária para a salvação”. Em outras palavras, as regras morais contidas na Torah (Lei) são irrelevantes para a salvação. Será verdade? Será que alguém dito crente pode adorar Satanás e mesmo assim estar salvo? Será que um crente que passa a vida toda em adultério, sem arrepender-se, herdará a vida eterna? Será que um pastor que rouba os dízimos irá para o paraíso? É claro que não. Logo, percebe-se que as regras morais contidas na Torá são importantes. Yeshu advertiu que quem o ama iria obedecer aos mandamentos (Jo 14:15), bem como realizaria o que o Pai deseja (Mt 7:21). Disse ainda que aquele que não desse fruto seria lançado no fogo (Mt 7: 19). Yakov (Tiago) escreveu que a fé sem obras é morta (Tg 2:17). Ou seja, é necessário algum tipo de obediência às regras morais da Torah.
A ideia de que a Lei (Torah) foi abolida difundiu-se por meio de Inácio de Antioquia, Marcião e todos os demais “Pais” da Igreja Católica, sendo incorporada por quase todos os protestantes clássicos e evangélicos, o que contraria o ensino de Yeshu no sentido de que não veio revogar a Torah (Mt 5:17-19). Toma-se a liberdade para reproduzir mais uma vez os relatos históricos de que os netsarim (nazarenos) eram praticantes da Torah:
“Os Nazarenos ... aceitam o Messias de tal maneira que eles não deixam de observar a Lei antiga [Torah].”
(Jerônimo, Commentary on Isaiah, Is 8:14).
“Eles não têm ideias diferentes, mas confessam tudo exatamente como a Lei [Torah] proclama e na forma judaica...”
(Epifânio de Salamina, Panarion 29).
Muitas pessoas não sabem que o próprio Martinho Lutero não era totalmente contrário à Torah, porquanto defendia a vigência das leis morais do Tanach (Primeiras Escrituras/“Antigo Testamento”). Certa feita, Lutero sofreu a acusação de desprezar os preceitos morais da Lei, ocasião em que afiançou:
“Na verdade, eu muito me pergunto, como veio a ser imputado a mim que eu rejeitava a Lei ou Dez Mandamentos, se fazem parte de minhas próprias exposições (e de vários tipos) sobre os mandamentos, que também são diariamente pregados e utilizados em nossas Igrejas, para não falar da Confissão e Apologia, e outros livros nossos”
(A Treatise against Antinomians, written in an Epistolary way).
Em sua obra “Introdução aos romanos”, Lutero declarou que a fé salvadora “não pode deixar de fazer boas obras constantemente... qualquer um que não faz boas obras dessa maneira é um descrente...Assim, é tão impossível separar a fé das obras como separar o calor da luz do fogo’” (An Introduction to St. Paul’s Letter to the Romans).
Comparando o pensamento dos netsarim (nazarenos) com Lutero, depreende-se que os primeiros defendiam a vigência total da Torá, enquanto Lutero advogou a subsistência apenas da lei moral (vigência parcial). Yeshu foi contundente ao ressaltar, no famoso Sermão da Montanha, que absolutamente nada da Torah poderia ser retirado:
“Não pensem que vim abolir a Torah ou os Profetas. Não vim abolir, mas confirmar. Sim, é verdade! Digo a vocês: até que os céus e a terra passem, nem mesmo um yud ou um traço da Torah passará”
(Matthai 5:17-18).
Logo, a extinção total ou parcial da Torah colide com a lição de Yeshu e, neste ponto, católicos e protestantes/evangélicos se igualam como duas faces da mesma moeda.
Tertuliano o Pai da Trindade
Tertuliano (em latim: Quintus Septimius Florens Tertullianus; ca. 160 — ca. 220 (60 anos))[1] foi um prolífico autor das primeiras fases do Cristianismo, nascido em Cartago na província romana da África. Ele foi o primeiro autor cristão a produzir uma obra literária (corpus) em latim. Ele também foi um notável apologista cristão e um polemista contra a heresia.
Embora conservador, ele organizou e avançou a nova teologia da Igreja antiga. Ele é talvez mais famoso por ser o autor mais antigo cuja obra sobreviveu a utilizar o termo "Trindade" (em latim: Trinitas)[a] e por nos dar a mais antiga exposição formal ainda existente sobre a teologia trinitária. É um dos Padres latinos.
Algumas das ideias de Tertuliano não eram aceitáveis para os ortodoxos e, no fim de sua vida, ele se tornou um montanista.
Vida
Pouquíssima informação confiável existe sobre a vida de Tertuliano. A maior parte do que sabemos sobre ele vem de seus próprios escritos.
De acordo com a tradição, ele foi criado em Cartago e acreditava ser o filho de um centurião romano, um advogado treinado e um padre ordenado. Estas assertivas se baseiam principalmente em Eusébio de Cesareia na sua História Eclesiástica (livro II, cap 2) e em São Jerônimo, em De Viris Illustribus (cap. 53 ). Jerônimo alegou que o pai de Tertuliano tina a posição de centurio proconsularis no exército romano na África. Porém, não está claro se esta posição sequer existiu nas forças militares romanas.
Adicionalmente, acredita-se que Tertuliano foi um advogado por causa do uso que ele faz de analogias legais e de uma identificação dele com o jurista Tertulianus, que foi citado no "Digesta seu Pandectae". Embora Tertuliano utilize conhecimentos da lei romana em seus escritos, seu conhecimento legal não é — de forma demonstrável — superior ao que se esperaria de um romano com educação suficiente. Dos escritos de Tertulianus, um advogado com o mesmo cognome, existem apenas fragmentos e eles não demonstram uma autoria cristã. E Tertulianus só foi confundido com Tertuliano muito depois, por historiadores cristãos. Finalmente, também é questionável se ele era ou não um padre. Em suas obras sobreviventes, ele jamais se descreve como ordenado pela Igreja e parece se colocar como leigo em trechos de "Exortação à Castidade" (7.3) e "Sobre a Monogamia" (12.2).
A África era famosa por ser terra de oradores. Esta influência pode ser percebida no estilo de Tertuliano, permeado de arcaísmos e provincialismos, suas imagens brilhantes e o seu temperamento apaixonado. Ele era um estudioso de grande erudição, tendo escrito pelo menos dois livros em grego. Neles, ele se refere a si mesmo, mas nenhum sobreviveu até hoje. Sua principal área de estudo era a jurisprudência e sua forma de raciocinar revela algumas marcas de um treinamento jurídico mais formal.
Conversão
Sua conversão ao cristianismo aconteceu por volta de 197–198 (de acordo com Adolf Harnack, Bonwetsch e outros), mas seus antecedentes imediatos são desconhecidos, exceto o que pode ser conjecturado a partir de seus escritos. O evento deve ter sido repentino e decisivo, transformando de uma vez sua própria personalidade. Ele escreveu que não podia imaginar uma vida verdadeiramente cristã sem um ato consciente e radical de conversão:
“ Nós somos da mesma laia e natureza: cristãos são feitos e não nascidos ”
— Apologia, Tertuliano [13] .
Dois livros endereçados à sua esposa confirmam que ele foi casado com cristã.
No meio de sua vida (por volta de 207 d.C.), ele foi atraído pela "Nova profecia" do Montanismo e parece ter deixado o ramo principal da Igreja. No tempo de Santo Agostinho, um grupo de "tertulianistas" ainda tinham uma basílica em Cartago que, nesta mesma época, passou para a Igreja. Não sabemos se esta é apenas uma outra denominação para os montanistas[b] e se significa que Tertuliano rompeu também com os montanistas e fundou seu próprio grupo. Tertuliano tinha um temperamento violento e enérgico, quase fanático, lutador empedernido e muitos dos seus escritos são polémicos. Este temperamento, impressionado com o exemplo dos mártires, que o levou à conversão, permite compreender a sua passagem ao montanismo.
Jerônimo diz que Tertuliano morreu com idade bastante avançada, mas não há outra fonte confiável que ateste sua sobrevivência além do ano estimado de 220 d.C.. À despeito de seu cisma com a ortodoxia da Igreja, ele continuou a escrever contra as heresias, especialmente o Gnosticismo. Assim, através de suas obras doutrinárias que publicou, Tertuliano se tornou professor de Cipriano de Cartago e o predecessor de Santo Agostinho que, por sua vez, se tornou o principal fundador da teologia latina.
Obras
Podemos dividir o conjunto das suas obras em três grandes grupos:
Escritos apologéticos (de defesa da fé contra os opositores): Aos pagãos, Apologeticum (a sua obra mas conhecida), O testemunho da alma, Contra Escápula, Contra os judeus.
Escritos polémicos: A prescrição dos hereges, Contra Marcião, Contra Hermógenes, Contra os valentinianos, O baptismo, Scorpiace, A carne de Cristo, A ressurreição da carne, Contra Práxeas, A alma.
Escritos disciplinares, morais e ascéticos: Aos mártires, Os espectáculos, O vestido das mulheres, A oração, A paciência, A penitência, À esposa, A exortação da castidade, A monogamia, O véu das virgens, A coroa, A fuga na perseguição, A idolatria, O jejum, A pudicícia, O manto.
Teologia
Apesar de ser considerado por muitos o fundador da teologia ocidental, a verdade é que tal designação é exagerada, porque Tertuliano não tem propriamente um sistema teológico. De facto, para isso faltou-lhe o equilíbrio necessário para organizar os vários artigos da fé, assim como a preocupação pela coerência, pois não era do seu interesse conciliar a fé com a razão humana.
A fé e a filosofia
Para Tertuliano, a questão das relações entre a fé e a filosofia nem sequer se colocavam, pois entre ambas nada existia de comum. A filosofia era vista como adversária da fé, e os filósofos antigos como patriarcas dos hereges. Para ele, de facto, fé e razão opõem-se, e podemos encontrar na filosofia a origem de todos os desvios da fé. No entanto, é forçado a reconhecer que algumas vezes os filósofos pensaram como os cristãos, e denuncia algumas influências de correntes filosóficas antigas, nomeadamente do Estoicismo.
É bem conhecida a frase "credo quia absurdum". Apesar de ela não se encontrar nos escritos de Tertuliano, mas apenas algumas semelhantes, ela condensa bem o seu pensamento acerca da razão. Note-se que o seu significado é não apenas "creio embora seja absurdo", mas sim "creio porque é absurdo". A verdadeira fé tem de se opor à razão.
A teologia e o direito
Tertuliano era jurista, advogado, e isso se refletiu em sua teologia e em seus escritos de duas maneiras: quanto ao método argumentação:
Nascia na Igreja a procura de uma argumentação precisa e cerrada, sem falhas, à imagem daquela usada nos tribunais. Foi Tertuliano que usou contra os hereges o argumento da prescriptio, que mostrava que apenas a Igreja unida a Roma provinha das origens, enquanto todos os outros teriam surgido depois e seriam, por isso, falsificadores; quanto à linguagem:
Tertuliano introduziu na teologia latina, e na da Igreja em geral, uma série de termos e conceitos provenientes do direito. Concebeu a vida cristã e a salvação à semelhança de um processo penal, em que Deus é o legislador, o Evangelho a lei, quem obedece recebe a compensação, quem desobedece torna-se culpado e é castigado. Tertuliano introduziu ou consagrou algumas distinções importantes, como por exemplo a de preceito e conselho evangélico.
A regra da fé
Para Tertuliano, a regra da fé constitui-se como lei da fé. Nos seus escritos encontramos fórmulas de dois elementos, com menção do Pai e do Filho, e outras de três, que acrescentam o Espírito Santo. As várias fórmulas apresentadas por Tertuliano, semelhantes entre si na forma e no conteúdo, mostram a existência dum resumo da fé próximo do símbolo baptismal.
A Trindade
O maior contributo de Tertuliano para a teologia foi a sua reflexão acerca do mistério trinitário. Criou um vocabulário que passou a fazer parte da linguagem oficial da teologia cristã. Foi ele que introduziu a palavra “Trinitas”, como complemento da “Unitas”. Segundo Tertuliano, Pai, Filho e Espírito Santo são um só Deus porque uma só é a substância, um só estado (status) e um só poder. Mas, por outro lado, distinguem-se, sem separação, pelo grau, pela forma e pela espécie (manifestação). Tertuliano introduz assim o termo “pessoa”, (persona), para significar cada um dos três, considerado individualmente. Este vocabulário passou a vigorar, até hoje, para referir as realidades trinitárias. No entanto, Tertuliano deixa transparecer alguma influência subordinacionista. Ao falar da geração do Filho, sem querer comprometer a sua divindade, admite uma certa gradação, desde uma fase anterior à criação, em que o Logos de Deus se contempla a Si mesmo, para passar a contemplar a economia salvífica, e é engendrado de forma imanente em Deus, até à criação, em que a Palavra se realiza como tal ao ser proferida. Cristo é, assim, o primogénito do Pai, gerado antes de todas as coisas, mas não é eterno. O Filho é como que uma porção ou emanação do Pai.
Tertuliano, apesar de ter dotado a teologia trinitária dum vocabulário preciso, e de ter procurado a exactidão, não se livrou de algumas ambiguidades e deficiências.
Cristologia
Tertuliano formulou algumas doutrinas relativas à pessoa de Cristo, que haviam de ser reconhecidas mais tarde em concílios, de tal modo que podemos dizer que a sua cristologia tem os méritos da sua teologia trinitária, sem os seus defeitos. Tertuliano afirma com clareza as duas naturezas de Cristo, sem confusão entre as duas, nem redução de alguma delas. Nisso, proclama já o que mais tarde havia de ser solenemente afirmado no Concílio de Calcedónia (451).
Mariologia
Na sequência da sua cristologia, Tertuliano acentua que Maria deu realmente à luz o Verbo Encarnado. Reconhece que ela era virgem quando concebeu mas, para lutar contra a cristologia doceta, que defendia que o nascimento de Jesus tinha sido apenas aparente, nega a virgindade de Maria no parto e após o parto (pois isso parecia-lhe dar argumentos ao adversário). Do mesmo modo, entende que os “irmãos de Jesus” são filhos de Maria.
Apesar de tudo, Tertuliano proclama Maria como a nova Eva.
Eclesiologia
Tertuliano considera a Igreja como Mãe, numa expressão de extremo respeito e veneração. Tal como Eva foi formada da costela de Adão, também a Igreja teve a sua origem na chaga do lado de Cristo. A Igreja é guardiã de Fé e da Revelação. Assim, as Escrituras pertencem-lhe, e só ela mantém o ensinamento dos Apóstolos e pode transmiti-lo. Esta concepção, do período católico de Tertuliano, é ortodoxa, e semelhante à defendida por Ireneu de Lyon. Na sua fase montanista, porém, torna-se visivelmente herege, concebendo a Igreja como um corpo puramente espiritual, de tal modo que bastam dois ou três cristãos para que se possa dizer que se manifesta a totalidade da Igreja una. Essa seria a Igreja do Espírito, oposta à “Igreja dos bispos”. É por esta teoria que Tertuliano, já herege, substitui a da sucessão apostólica.
A penitência
Tertuliano fornece-nos pormenores importantes acerca da disciplina penitencial da Igreja, mas a sua teologia da penitência sofre das mesmas contradições e insuficiências da sua eclesiologia. Mas é o primeiro a descrever concretamente com clareza o processo e as formas da penitência. Há possibilidade duma nova conversão após o baptismo, conseguida na sequência duma confissão pública do pecado. Ao pedir perdão, o pecador usufrui da intercessão da Igreja e recebe a absolvição final pela pessoa do bispo. Na sua fase católica, Tertuliano mostra considerar que todo o pecador, por maior que fosse, tinha direito a esta penitência. Distinção entre pecados, só entre corporais e espirituais, consumados ou de desejo, mas todos eles podendo ser perdoados através da Igreja. Quando se torna montanista, porém, passa a considerar alguns pecados irremissíveis, tais como a fornicação, a idolatria e o homicídio. Isto é um dado novo, sem precedentes na disciplina primitiva, e testemunha o aparecimento duma facção rigorista, sob a influência do montanismo. Os católicos argumentavam com a Escritura, mostrando que Cristo perdoou todos os pecados, mesmo os “irremissíveis”. Tertuliano responde a isto dizendo que perdoar tais pecados era um poder pessoal e exclusivo do Salvador, não transmitido à Igreja. Para Tertuliano, por conseguinte, só Deus perdoa os pecados. Confrontado com a passagem do Evangelho em que Cristo concede o poder de ligar e desligar, Tertuliano nega que assim a Igreja detenha o poder das chaves, pois tal poder foi dado pessoalmente só a São Pedro, não a todos os bispos. Quando muito, para o Tertuliano montanista, o poder de perdoar os pecados pertence a “homens espirituais”, não aos bispos.
A Eucaristia
Tertuliano emprega vários nomes para referir a Eucaristia. São contudo poucas as suas referências explícitas a esse mistério. Ao falar dos sacramentos da iniciação cristã, diz que “a carne é alimentada com o Corpo e Sangue de Cristo, para que a alma seja saciada de Deus (De resurrectione mortuorum, 8). Isto manifesta a sua fé na presença real de Cristo na Eucaristia. O mesmo se torna patente quando manifesta a sua indignação por alguns se aproximarem indignamente do Corpo do Senhor.
Tertuliano testemunha também o carácter sacrificial da Eucaristia. Fá-lo ao referir o temor que alguns tinham de quebrar o jejum ao receberem o pão eucarístico. Tertuliano refere o costume de levar a espécie eucarística para casa e tomá-la privadamente. É esta uma das mais antigas alusões à reserva eucarística.
Apesar de algumas palavras ambíguas, Tertuliano manifesta a fé na presença real, que acontece mediante as palavras da instituição, mas salvaguarda a sua natureza sacramental pois refere as espécies como sinal e representação (no sentido de tornar presente). A fé nessa presença real exprime-se ainda na condenação daqueles que negam a realidade do corpo crucificado de Cristo, mas celebram a Eucaristia: tal comportamento é absurdo, pois tratam-se da mesma coisa.
Escatologia
Tertuliano admite a ideia duma penitência da alma após a morte. Somente os mártires escapam a ela. Todos os outros têm um tempo de espera até ao juízo final, e só a intercessão dos vivos lhes pode valer. Tal como os milenaristas, Tertuliano considera que, no fim, os justos, ressuscitados, reinarão durante mil anos com Cristo. Depois do juízo final, os justos estarão com Deus, enquanto que os ímpios irão para o fogo eterno.
Notas
[a] ^ "Trinitas" por sua vez é uma latinização do grego "HE TRIAS" (A Tríade), um termo que foi utilizado antes de Tertuliano por Teófilo de Antioquia em sua obra Ad Autolycum 2.15 para se referir à Deus, o Logos de Deus (Jesus) e a Sofia de Deus (Espírito Santo).
[b] ^ A passagem de Agostinho descrevendo os tertulianistas sugere que este deve ter sido o caso, pois um padre tertulianista obteve a permissão de uso de uma igreja sob alegação de que os mártires a quem ela teria sido dedicada eram montanistas. Porém, esta passagem é considerada muito condensada e bastante ambígua.
TERTULIANO E AS SEMENTES DO POLITEÍSMO
Logo após a morte de Marcião, entra em cena Tertuliano (160 a 220 D.C), autor cristão responsável por lançar as bases do politeísmo. Impressionante que Tertuliano é visto pela cristandade como um exímio escritor e teólogo, cujos ensinos foram absorvidos pela Igreja Católica Romana e, posteriormente, pela Reforma Protestante.
Foi Tertuliano o primeiro a usar a palavra latina “Trinitas” (Trindade) para desenvolver o dogma cristão de que Deus são Três Pessoas diferentes: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Por razões óbvios, se Deus são Três Pessoas, então, a doutrina cristã da Trindade apregoa a existência de Três Deuses, típico exemplo de politeísmo. Para tentar disfarçar o politeísmo tão combatido pela Bíblia, o dogma trinitário sustenta que “Deus é um e que, por um mistério, ao mesmo tempo são Três Pessoas”.
NOTA: Tertuliano de Cartago é considerado o Pai da Igreja que defendeu a doutrina da SS TRINDADE, Tertuliano combateu a heresia Unicista [Monarquismo Modalista] de Praxeas que ensina que Deus é 1 pessoa, mas se manisfetou de 3 modos ou maneira.
DEUS se manisfetou no AT como Pai
DEUS se manifestou no NT como Filho
DEUS se manisfestou na Igreja como Espirito Santo
Não deve ser condundido com o Monarquismo Dinamico ou Adocionismo que ensina que Yeshu é o filho de Deus, por adoção, que Yeshu recebeu o poder [Dinamis] do Ruach Kadosh, do Espirito Santo de Deus, devemos ter em mente que o Adocionismo era o ensino dos Nazarenos, dos Ebionitas.
Dunamis ou dynamis (em grego antigo, δυναμις, 'poder', 'força') tem o sentido de energia constante. É a raiz das palavras "dinâmica", "dinamite" e "dínamo", por exemplo.
Podemos ver que Tertuliano estava combatendo a heresia Unicista de Praxeas, com a heresia Trinitaria.
Veja bem, e pense bem que bagunça que fizeram com a doutrina dos apóstolos de Yeshu.
O UNICISMO, O TRINITARISMO que no fundo é quase a mesma coisa, já no 2 século havia suplantado o ensinos dos apostolos que era o ADOCIONISMO, que ensina que Yeshu é Messias filho do judeu Yoseph com sua mulher Mariam, porque o Unicismo, e o Trinitarismo acredita que Yeshu nasceu da Virgem Maria, e é o Deus Encarnado, doutrina pagã copiada da mitologia grega.
Diz Tertuliano, o pai da Doutrina da Trindade:
“... enquanto o mistério da dispensação está ainda guardado, o qual distribui a Unidade em uma Trindade, colocando em sua ordem as três Pessoas - O Pai, o Filho e o Espírito Santo: três, contudo não em condição, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aspecto; ainda que em uma substância, uma condição e um poder, enquanto que Ele é um Deus, de onde estes graus, formas e aspectos são reconhecidos, sob o nome de Pai, Filho e Espírito Santo.”
(Contra Práxeas, capítulo II).
“...nós já tivemos a oportunidade de mostrar que o Pai e o Filho são duas Pessoas separadas...”
(Contra Práxeas, capítulo IV).
“Agora, observe, minha asserção é que o Pai é um, e o Filho um, e o Espírito um, e que Eles são distintos Uns dos Outros”
(Contra Práxeas, capítulo IX)
“Onde, contudo, há um segundo, deve haver dois; e onde há um terceiro, deve haver três. Agora de fato o Espírito é o terceiro de Deus e do Filho; assim como a fruta da árvore é o terceiro da raiz, ou como o riacho do rio é o terceiro da fonte, ou o ápice do raio é o terceiro do sol. Nada, contudo, é estranho à fonte original de onde deriva suas propriedades.”
(Contra Práxeas, capítulo VIII).
Incorporou o Catolicismo Romano a doutrina da Trindade nos Concílios de Niceia (325 D.C) e de Constantinopla (381 D.C), ambos realizados sem a presença dos judeus crentes em Yeshu (nazarenos). O primeiro Concílio referido estabeleceu a divindade de duas Pessoas da Trindade (o Pai e o Filho) e o segundo acrescentou o Espírito Santo, assentando de uma vez por todas o dogma trinitário. Consulte-se a Catholic Encyclopedia (Enciclopédia Católica) acerca do verbete “trindade” (“trinity”):
“A Trindade é o termo empregado para significar a doutrina central da religião cristã - a verdade que na unidade da Divindade há três Pessoas, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo, sendo estas Três Pessoas verdadeiramente distintas umas das outras.
Assim, nas palavras do Credo de Atanásio: ‘o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus, e ainda não há três Deuses, mas um só Deus’. Nesta Trindade de Pessoas, o Filho é o unigênito do Pai por uma geração eterna, e o Espírito Santo procede de uma procissão eterna do Pai e do Filho. No entanto, apesar desta diferença quanto à origem, as Pessoas são coeternas e coiguais: todos são igualmente incriados e onipotentes. Este, a Igreja ensina, é a revelação sobre a natureza de Deus que Yeshu Khristo, o Filho de Deus, veio sobre a terra para entregar para o mundo: e que ela propõe ao homem como fundamento de seu inteiro sistema dogmático”.
Este conceito católico romano foi absorvido por absolutamente quase todas as denominações cristãs protestantes (salvo raras exceções). Roger Olson, historiador evangélico, aponta que a Trindade se tornou um consenso no seio da cristandade:
“O resultado dos dois concílios do século IV e do Credo niceno promulgado é o consenso real entre os cristãos sobre o Deus adorado: três pessoas (hypostaseis) e uma substância (ousia) ou ser. Deus é um – devido à sua essência ou substância comum, e é três pela distinção de pessoas na divindade.”
(História das Controvérsias na Teologia Cristã, editora vida, 2004, página 192).
Mas como será que pensavam os discípulos de Yeshu antes de a Igreja Católica determinar ostensivamente o dogma trinitário?
Consultando Tertuliano, o pai da Trindade, nota-se que escreveu sua obra no século II e que, nesta época, a maioria dos crentes NÃO cria na Trindade, como admite este próprio escritor, mas eram Monarquistas [Unicistas].
“Os simples, de fato, (não os chamarei de não-sábios nem de indoutos), que constituem a maioria dos crentes, ficam assombrados com a dispensação (dos três em um), no sentido de que a sua própria regra de fé os afasta da pluralidade de deuses para um único e verdadeiro Deus...’”
(Contra Práxeas, Capítulo 3).
É de clareza solar que a maioria dos fiéis ficou “assombrada” com a dispensação dos três em um (Trindade), isto é, refutava o conceito de Três Pessoas. Então, no período do segundo século para trás, em que realmente acreditava esta grande multidão de seguidores de Yeshu?
Apesar de criticá-los, chamando-os de “monarquistas”, por crerem no governo de um só ETERNO, Tertuliano registra o pensamento da maioria:
“Assim é tanto o Pai ou o Filho, e o dia não é como a noite; nem o Pai é como o Filho, de tal forma que ambos deveriam ser Um, e Um ou o Outro deveriam ser Ambos, - uma opinião que os mais conceituados ‘Monarquistas’ mantém.”
(Contra Práxeas, capítulo X).
“Agora, você [“monarquista”] que diz que o Pai é o mesmo que o Filho, realmente faz a mesma Pessoa tanto enviar de Si (e ao mesmo tempo sair de Si como) aquele Ser que é Deus. Se foi possível para Ele ter feito isto, Ele em todos os eventos não o fez. Você deve trazer as provas que eu peço de você - uma como a minha; ou seja, (você deve provar para mim) que as Escrituras mostram o Filho e o Pai sendo o mesmo, assim como do nosso lado o Pai e o Filho foram demonstrados serem distintos; eu disse distintos, mas não separados...”
(Contra Práxeas, capítulo XI).
Ante as declarações citadas, comprova-se que a maioria dos cristãos, no século II, pensava que: a) o ETERNO é 1 (uma) Pessoa, e não três. Estes conceitos cristãos tiveram por base os ensinos judaicos dos primeiros discípulos de Yeshu, como assevera Tertuliano:
“Mas, esta doutrina sua dá testemunho à fé judaica, na qual esta é a substância - acreditar tanto na Unidade de Deus que recusa a reconhecer o Filho ao lado dele, e depois do Filho o Espírito.
Pois eles negam o Pai, quando dizem que Ele é o mesmo que o Filho; e eles negam o Filho quando eles supõem que Ele seja o mesmo que o Pai...”
(Contra Práxeas, capítulo 31).
Já que os israelitas nazarenos e os cristãos gentios criam que o ETERNO é UM (e não três), lutavam contra a Doutrina da Trindade, até então em um estágio inicial, acusando Tertuliano de pregar o politeísmo. Eis o dizer de Tertuliano:
“Eles estão constantemente nos atacando, dizendo que somos pregadores de dois deuses e de três deuses, enquanto eles mantêm preeminentemente o crédito para eles mesmos de serem adoradores do Único Deus...’”
(Contra Práxeas, Capítulo 3).
Estão corretos os Ebionitas Nazarenos e os primeiros cristãos gentios ao proclamarem que o ETERNO é UM, uma vez que a Torá é bastante contundente a este respeito:
ד שמע ישראל יהוה אלהינו יהוה
אחד
Ouve, ó Israel, Yahveh, nosso Elohim, Yahveh é UM [ECHAD] (Deuteronômio 6:4).
Yahveh é UM (echad) e não Três!!!
Também Yeshu Meshicha reproduziu o mesmo texto de Deuteronômio, enfatizando que a fé monoteísta seria o maior de todos os mandamentos:
“Um dos mestres da Torah se aproximou e ouviu o debate. Notando que Yeshu lhe dera uma boa resposta, perguntou-lhe: Qual é o mandamento mais importante?
Yeshu respondeu: ‘O mais importante é:
Ouve, ó Israel, Yahveh, nosso Elohim, Yahveh é UM [ECHAD].
(Marcos 12:28-29).
Aniquila a Doutrina da Trindade o próprio ensino de Yeshu acerca da unidade do CRIADOR.
Impende gizar que Tertuliano veio de uma família pagã, e provavelmente foi influenciado pela cultura idólatra acerca da existência de um panteão com três deuses. Escreveu o erudito Andrew Gabriel Roth:
“A teologia de Tertuliano muito se assemelha a Nimrod, Semíramis e Tamuz, que eram originalmente a trindade da Babilônia, e ele [Tertuliano] inseriu as ‘pessoas’ do Pai, do Filho e do Espírito Santo, tornando-os extremamente populares entre os cristãos gentios pagãos.”
(Aramaic English New Testament, 4ª edição, 2011, página 834).
Com efeito, a crença em Três Deuses permeou diversas culturas pagãs. Nas religiões da Babilônia e Assíria, já se pregava uma tríade, pois os idólatras pensavam que o Universo foi dividido em três regiões (céu, terra e água), cada uma sob o domínio de um deus (Anu, Enlil e Ea). No antigo Egito, também vigia a trindade dos deuses Hórus, Ísis e Osíris. Igualmente, no hinduísmo se destacam Brahma (deus da criação), Vishnu (deus da preservação) e Shiva (deus da destruição). Muito antes do advento do Mashiach de Israel, os religiosos da Grécia e de Roma adotavam três principais deuses no panteão. Em síntese, o paganismo, que formava o pano de fundo cultural dos “Pais” da Igreja, terminou exercendo poderosa influência na teologia cristã.
Mister ouvir a opinião de renomados historiadores:
“O cristianismo não destruiu o paganismo; ele o adotou... Do Egito vieram as ideias de uma trindade divina...”
(Will Durant, The Story of Civilization, Caesar and Christ, Part III, 1944, página 595).
“Se o Paganismo foi conquistado pelo Cristianismo, é igualmente verdade que o Cristianismo foi corrompido pelo Paganismo. O puro deísmo dos primeiros cristãos foi mudado pela Igreja de Roma para o incompreensível dogma da trindade. Muitos dos dogmas pagãos, inventados pelos egípcios e idealizados por Platão, foram retidos como sendo dignos de crença.”
(Edward Gibbon, History of Christianity, 1891, página 16).
Talvez o leitor esteja se perguntando: mas eu creio na Bíblia e esta fala do Pai, do Filho e do Espírito, como explicar este fato? Isto não seria a Trindade?
A Trindade é um doutrina pagã, Trindade no idioma grego é Triáda, esse ensino não deriva dos judeus, esse ensino foi plagiado do paganismo, quase todas as religiões pagãs havia a Triade, ou Trindade, veja o exemplo no Hinduismo existe a Trimurti [3 formas] que é parte manisfesta tripla da divindade suprema.
Não existe Trindade na Biblia, é apenas uma dedução, ou
falsa interpretação dos textos, porque o Pai e o Espirito Santo é o mesmo DEUS, Yeshu é o filho de Deus, aonde está a Trindade ai, a doutrina da Trindade é para enganar os burro.
Não a Trindade existe, sim no Hinduismo, no Livro dos Vedas, mas não na Biblia Judaica.
De acordo com a Bíblia, existem alguns tópicos irrenunciáveis da fé:
1) YAHVEH é UM (echad), Deuteronômio 6:4 e Marcos 12:29;
2) o Pai é YAHVEH (Gênesis 1:1; Yeshayah 63:16 e 64:7 ou, nas versões cristãs, 64:8);
3) Yeshu Meshicha, o Filho de YAHVEH (Yeshayah 9:6-7; Filipenses 2:11,Yochanan 3:16, Salmos 2:7
4) Ruach HaKodesh (Espírito Santo) é chamado de RUACH YAHVEH, RUACH ELOHIM (Gênesis 1:2; Yeshuayah 63:1-11 e Salmos 51:1-11).
Ora, se o ETERNO é UM, como é possível se falar em Pai, Filho e Ruach Hakodesh?
O Espirito Santo não deve ser separado do Pai, porque é o mesmo DEUS, o mesmo SER DIVINO, YESHU é FILHO DE DEUS.
Tertuliano admitiu que a maioria dos crentes defendia a existência de apenas 1 (um) ETERNO, quer que isto prova que os UNICITAS estão corretos, que os TRINITARIOS estão corretos.
UNICISTA- DEUS É UM, MAS SE MANIFESTA DE 3 MODOS
TRINDADE - DEUS É UM, MAS SÃO 3 PESSOAS DISTINTAS
UNITARISMO - O PAI É DEUS, YESHU É O FILHO DE DEUS
Unitarista - Ebionitas, Arianos
1 CORINTIOS 8:6
6 Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Yeshu Khristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.
1 CORINTIOS 1:9
9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Yeshu Khristo nosso Senhor.
2 CORINTIOS 1:2-4
2 Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Yeshu Khristo.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Yeshu Khristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;
4 Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
CONCLUSÃO
A restauração da fé nazarena envolve a ruptura com toda e qualquer forma de apostasia. Conforme vimos, práticas pagãs ingressaram desde cedo na religião denominada Cristianismo, que é divorciada do Judaísmo bíblico pregado por Yeshu e seus talmidim (discípulos).
Nós, servos de Yeshu Meshicha, devemos lançar fora toda a apostasia que permeia os sistemas religiosos vigentes.
Com isso quero dizer que a Torah é o unico padrão de justiça estabelecido pelo Eterno, e Yeshu ele mesmo foi um cumpridor da Torah, se não fosse, não seria Yeshu o Messias de Israel.
Nos evangelhos voce percebe a mutacao, entre o verdadeiro messias e esse que é pregado mundo a fora, com respeito que essa não é a origem do cristianismo e que quem diz isso sao os proprios cristaos os tais "pais da igreja" e opositores dos nazarenos e cristao por exemplo o Flavio Josepho era opositor dos Nazarenos voce pode ver isso nas obras dele, e ver ele mesmo mencionando o que roma fez com os ensinamentos Nazarenos.
Declaração anti-semitas dos Pais da Igreja e
do Pai da Reforma
Khn Shamuel Ben Levy
Em primeiro lugar, suas sinagogas deveriam ser queimadas... Em segundo lugar, suas casas também deveriam ser demolidas e arrasadas... Em terceiro, seus livros de oração e Talmudes deveriam ser confiscados... Em quarto, os rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte... Em quinto lugar, os passaportes e privilégios de viagem deveriam ser absolutamente vetados aos judeus... Em sexto, eles deveriam ser proibidos de praticar a agiotagem [cobrança de juros extorsivos sobre empréstimos]... Em sétimo lugar, os judeus e judias jovens e fortes deveriam pôr a mão na debulhadeira, no machado, na enxada, na pá, na roca e no fuso para ganhar o seu pão no suor do seu rosto... Deveríamos banir os vis preguiçosos de nossa sociedade ... Portanto, fora com eles...Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus. Martim Lutero: Concerning the Jews and their lies [A respeito dos judeus e suas mentiras], reimpresso em Talmage, Disputation and Dialogue, pp. 34-36.
Com razão, o Dr. Michael Brown, um judeu messiânico, pergunta:
Seria possível que um homem cujos escritos deflagraram a Reforma Protestante, cujos comentários sobre Romanos e Gálatas contribuíram para as conversões de John e Charles Wesley seria possível que suas palavras tivessem ajudado a atiçar as chamas dos fornos de extermínio nazistas? Michael L. Brown: Our hands are stained with blood [ Nossas mãos estão manchadas de sangue] Shippensburg, PA: Destiny Image Publishers, 1992), p. 16.
Os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam freqüentemente. De fato, Julius Streicher argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martim Lutero não tivesse dito 400 anos antes. Dennis Prager e Joseph Telushkin: Why the Jews? The reason for anti-Semitism [Por que os Judeus: A causa do anti-semitismo] (Nova York: Simon & Shuster, 1983), p. 107
Ao executarem seu primeiro massacre em larga escala, em 9 de novembro de 1938, no qual destruíram quase todas as sinagogas da Alemanha e assassinaram trinta e cinco judeus, os nazistas anunciaram que a perseguição era uma homenagem ao aniversário de Martim Lutero. Prager e Telushkin, p. 107.
Lutero sucumbiu às influências de sua época e acreditou na calúnia de que os judeus estavam tramando envenenar os cristãos, como demonstrou ao escrever:
Se eles [os judeus] pudessem matar-nos, o fariam alegremente, sim, e muitas vezes o fazem, principalmente os que professam a medicina... Joshua Trachtenberg: The Devil and the Jews: The medieval conception of the Jew and its relation to modern anti-Semitism [O Diabo e os Judeus: A concepção medieval do judeu e sua relação com o anti-Semitismo moderno], p. 99.
Como pode os cristãos ousar manter conversação mesmo que leve com os judeus que são esses os mais miseráveis de todos os seres humanos, que estão ávidos gananciosos, pérfido, bandidos, assassinos impiedosos, destruidores, homens possuídos pelo demônio. A sinagoga é a casa do demônio como também a alma do judeu e sua religião é uma doença. (João Crisóstomo 520 A.D.)
Eu odeio a sinagoga na realidade porque tem Toráh e os Profetas. Eu odeio os judeus porque Toráh insulta. (Crisóstomo 520 A.D.).
POSIÇÕES E DECLARAÇÕES DOS "PAIS" DA IGREJA CRISTÃ CONTRA OS JUDEUS.
Eusébio:
Disse que os judeus costumavam matar as crianças dos cristãos nas cerimônias anuais.
"As escrituras judaicas são destinadas aos cristãos e não aos judeus".
Marcion:
Qualquer cristão que utilizasse um símbolo judaico, um nome judaico, ou realizasse qualquer celebração judaica, seria considerado cúmplice da morte de Cristo juntamente com os judeus.
Crisóstomo (bispo de Antioquia -escreveu oito sermões contra o povo judeu):
"As sinagogas são zonas de meretrício e teatro, cheio de ladrões e bestas selvagens. Os judeus são culpados da morte de Cristo".
"Não há expiação para o povo judeu. Deus sempre os odiou. Os cristãos devem odiá-los porque eles foram assassinos de Cristo e são adoradores de satanás".
Justino Mártir:
Acusou os judeus de iniciarem a matança de cristãos.
"Se alguém, por fraqueza de espírito, resolver observar as instituições como foram entregues a Moisés, e das quais esperam alguma virtude, mas que julgamos terem sido indicadas em razão da dureza dos corações, juntamente com sua esperança neste Cristo, e desejarem cumprir os eternos e naturais atos de justiça e piedade, mas optam por viver com os cristãos e os fiéis conforme declarei anteriormente, não os introduzindo a serem circuncidados como eles próprios, ou a observarem o Shabat, ou a observarem qualquer outra cerimônia, sou da opinião que nos devemos reunir a eles e nos associarmos a eles em todas as coisas, como parentes e irmãos.
Orígenes:
Acusou o povo judeu, dizendo eles conspiravam para matar os cristãos.
St Hilary de Potiers:
Disse que os judeus eram um povo perverso, amaldiçoado por Deus.
St Ephraim:
Difamava os judeus chamando de prostíbulos as suas sinagogas.
St Cyril:
Deu aos judeus a escolha de exílio, apedrejamento ou conversão.
São Jerônimo (Tradutor da Vulgata):
Disse que os judeus não são capazes de compreender as escrituras e devem ser perseguidos severamente até serem forçados a confessar a verdadeira fé.
Sto Agostinho:
"Os judeus e a nação de Israel são apenas testemunhas da verdade do cristianismo, serviram apenas para deixar o legado da fé e da verdade cristã. Agora deveriam estar em constante humilhação quanto ao triunfo da igreja sobre a sinagoga. Não há salvação para os judeus. Eles já estão perdidos de qualquer forma."
"O judaísmo é uma corrupção e os judeus devem ser escravizados".
Tomás de Aquino:
Perpetuou a perversa teoria de Sto Agostinho.
EXTRATO DA CONFISSÃO DE CONVERSÃO DE UM JUDEU AO CRISTIANISMO
Eu, aqui e agora, renuncio a todo rito e observância da religião judaica, detestando todas as suas mais solenes cerimônias e dogmas, os quais outrora eu guardei e mantive. No futuro, eu não praticarei nenhum rito ou celebração relacionada com essa religião, nem qualquer costume do meu erro passado, prometendo não busca-la ou cumpri-la...[Eu] prometo nunca retornar ao vômito da superstição judaica. Nunca mais eu realizarei nenhum dos ofícios das cerimônias judaicas as quais eu fui ligado, nem nunca mais as apreciarem. [Eu] evitarei todo relacionamento com outros judeus, e manterei meu círculo de amizades entre apenas outros cristãos.
[Nós não] nos associaremos com os judeus amaldiçoados, que se mantém sem batismo...Nós não praticaremos a circuncisão carnal, ou celebraremos a páscoa, os sábados, ou outros dias de festas relacionadas com a religião judaica...Com relação a carne de porco, prometemos observar a seguinte regra: De que se devido a um antigo costume, não somos capazes de come-la, não iremos por melindre ou erro, recusar as coisas que são cozidas com ela... E se em todos os pontos tratados acima fomos achados culpados de qualquer forma... [então] aqueles entre nós que forem achados culpados, ou perecerão pelas mãos de nossos companheiros, por fogueira ou apedrejamento ou, [se nossas vidas forem poupadas], perderemos imediatamente nossa liberdade, e vocês nos entregarão juntamente com toda nossa propriedade a quem lhes convie para a escravidão perpétua...
[Eu] renuncio a toda adoração dos hebreus, à circuncisão, todos os seus legalismos, pão
Ordem dos livros dos Ketuvím Netzarim e suas origens
Bem como a ordem dos manuscritos dos livros do Tanák (AT) (que segue o judaísmo) não concorda com a ordem dos mesmos livros no “Antigo Testamento” cristão como se imprime hoje em dia, assim também a ordem dos manuscritos do NT difere também. Os antigos manuscritos dos livros do “Novo Testamento” têm primeiro aos “Evangelhos,” depois a “Fatos,” seguido pelas epístolas judias (Yakov (Tiago), 1 e 2 de Kepha (Pedro), 1, 2, e 3 de Yohanan (João), e Yehudah (Judas), seguidas pelas epístolas Paulinas, as quais são seguida por Revelação. Este ordem foi reorganizada por Jerónimo na Vulgata Latina na qual às epístolas Paulinas se lhes deu primeiro lugar e às epístolas judias se lhes deu o segundo lugar. O antigo ordem dos manuscritos tem uma importância significativa. Concorda com o preceito de que a mensagem iria primeiro aos yehudim e depois aos goyím (gentios). Também concorda com o conceito de que Yakov, Kepha, e Yochanan foram emissários que vieram ante de Paulo (Gál. 1:17) e com o conceito de que Kepha, Yakov e Yohonan serviram como os três pilares que contribuíam a autoridade sobre a que se edificou a mensagem do povo (Gál. 2:9), e não vice-versa. O leitor do NT devia ler as epístolas “judias” PRIMEIRO e depois ler as epístolas Paulinas, após ter entendido as epístolas judias. O leitor do NT devia ler as advertências de Yakov (Tiago) em quanto à fé e as obras (Yakov 2) bem como as advertências de Kepha em quanto a que os escritos de Paulo eram difíceis de entender e com freqüência lhos torcia (2 Kepha 3:15-16), et., dantes de sequer tentar entender os escritos de Paulo.. Eles tinham a Boa Nova segundo Mateus completa em hebreu.
Porque é claro que ainda a preservam no alfabeto hebreu, como se escreveu originalmente.
- Epifanio; Panarion 29
O Novo Testamento Semítico
Idioma do Israel do Primeiro Século
O Oriente Médio, através de todo seu tumulto político, foi de fato dominado por um sozinho amo desde as mais antigas épocas até o dia presente. A língua semítica dominou o Oriente Médio desde tempos antigos até o dia moderno. O arameu dominou aos três grandes impérios: Assirio, babilonico.
SHALOM YESHU